Agravo
Antonio Miranda Fernandes 

Quatro horas.
O sono é leve, em espinhos no parapeito.
Falas de rosas inebriam
A madrugada de aromas abandonados.
É como se a dor se simplificasse.

O fluir do tempo.
São breves os murmúrios dos ventos.
Respingam na vidraça lenitivos que escorrem
Além da quietude enganosa do peito.
É como se o agravo cicatrizasse.