Além da aldrava
Antonio Miranda Fernandes
Se as letras perguntam ou respondem, nunca soube.
Ouço assuadas confusas nos caminhos, nos becos...
E todas se perdem entre as juntas secas das pedras,
Sob os passos do homem pela vereda que lhe coube.
Quero ouvir pensamento que não despedace a língua,
E fosse em busca da centelha que inflame a seiva
Das árvores que tombaram e estão adormecidas,
Nas vogais e consoantes ocultas no alento que míngua.
Mergulhado no estado de quem se cala e sob o sol,
Tenho os aromas, mas algo ainda não é flor em mim.
Sei que amo em liberdade além da aldrava da porta.
Sou alguém que espera desabrochar por uma palavra,
E por fim...a boca que a dirá, pouco ou nada importa.
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