Bolas de sabão
Antonio Miranda Fernandes 

Quando o mundo, ao rés do chão,
Ficar sem graça,
Como insiste em estar às vezes,
Desperta em ti a alma menina,
E parte, num “não sei o quê” de algodão,
Ou em bolas de sabão, 
Num vôo pela bola de safira.
Faze, entre as nuvens, 
Piruetas, folguedos...sem receio.
Lambe os sabores sedutores
Da liberdade em copinhos de sorvete.
Experimenta as tuas fantasias...
Lembra sempre: 
A imaginação pode absolutamente tudo.
Canta de alegria,
E prolonga a abóbada no inverso do chão.
Alonga o teu passeio,
E sorri à toa para a alegria.
Voa...
Voa pelo céu dos teus sonhos sem pressa de voltar,
Pois aqui embaixo com certeza, 
No solo disputado por todos...
Vivos e mortos,
Dos poderosos aos humildes,
Tudo vai estar ainda mais sem graça.