Nada há a mudar
Antonio Miranda Fernandes
Não tenho raivas para matar...
As que vivem são sem ódio...são de amante,
E é contigo que tenho torturas de desejos.
Não tenho medos a serem vencidos...
Os que permito quero comigo para que
Não me desleixe e deixe dormir o sentir.
Não tenho sombras para apagar, pois as que
Existem valorizam a luz que é infinita.
Não tenho dores para esconder porque com
As que aparecem rabisco versos,
Que não me deixam seco de palavras.
Não tenho feridas para sarar, pois a vida
Ensinou-me a evitar pisar em acúleos.
Não tenho mágoas para esquecer...
Quando as tive lavei com águas agridoces,
E elas cicatrizaram definitivamente.
Para finalizar quero falar das saudades
Dos teus beijos, e do teu rosto no meu peito.
E são tantas as vidas ainda por viver...
E são tantos os poemas por escrever...
E é no sonhar que consigo reencontrar
O fio de onde brotam as palavras perdidas,
Que não posso negar ao meu coração,
Os sorrisos que ele insiste em sorrir,
Nem tirar da alma a paz em que ela está,
Porque contigo a vida voltou a ter sentido...
Portanto...nada há a mudar!...
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