Ano novo
2014/2015
Antonio Miranda Fernandes


Não chamo o ano que vai
Ao encontro do outro que aguarda adiante,
De velho.

Como poderia envelhecer o tempo de um ano dentro da luz?

Caminha devagar porque eu o retenho nos meus pensamentos,
E não porque ele esteja alquebrado.

Foi bondoso...
Cumpre-se dentro do seu próprio momento completamente...
Sem retalhamentos ao passado...
Sem empréstimos do futuro...

Eu o vejo sem rugas e alegre na véspera do descanso.
Permitiu-me realizações até aqui.
Eu o vivi..
Eu o vivo...
Cada pulsar do coração intensamente...

Talvez ele espreite o seu sucessor nos primeiros momentos...
Assim como o pai olha o filho que pedala a bicicleta
Pela primeira vez sem as rodinhas do lado.
Apreensivo, mas radiante de felicidade torcendo para que não caia.

É assim...
Fazemos a mesma coisa no caminhar da vida...
E se tombarmos antes da linha de chegada terá sido por acidente...
Ou por deslize...
Ou por cansaço...
Ou por desistência...

Sigamos adiante!
Agradecidos...
Até o escrever da última página.
Continuemos o labor da corrente que será a amarra da nossa existência.
Desfrutemos da dádiva que nos é oferecida.
Confiantes...
Venha o novo elo...
Venha à nova fase da vida.

Eu já estou de braços abertos e as mãos estendidas...
Uma delas agradecida para o ano que vai ficar...
A outra, esperançosa para o jovem ano que vai me dar à mão...

Sejamos felizes então...
Maravilhados!
Felizes!
Imensamente felizes!