Artes de feiticeiro
Antonio Miranda Fernandes

És
Definitivamente no limite empírico dos sonhos
E
Moldada ao querer exato nos ecos da súplica dos anseios
És
Quando usurpas com fúria o santuário do peito
E
Arrancas dele a flor da solidão
És
Quando em artes de feiticeiro entrega-te aos devaneios
E
Contorces o teu ventre como serpente
E
Esfregas no auge do delírio os teus seios
E
Faz-te arder ao brotares a seiva em fogo
E,
Suada e satisfeita tombas dividida ao meio.