Que diferença faria?
Antonio Miranda Fernandes
Penso que tudo é tão equilibrado no mundo,
Que ele precisa de tudo que o compõe;
Vivos, mortos ou agonizantes...
Como os excessos dos cabelos ou as aparas das unhas,
No curso infalível do ser inteiro para o outono.
No complexo mistério da transmutação,
A graciosa borboleta coberta de pólen,
Foi larva, ninfa, crisálida e será alimento.
Soltam-se e caem as folhas secas da árvore,
Porque assim deve ser para que ela cresça e resista.
O breve voo entre a copa e o chão é tão útil para o mundo,
Como quando elas eram partes do todo.
Elas serão o fertilizante necessário à própria origem.
De que outra forma a vida se renovaria?
Como chegaria à primavera?
O mundo não para o seu seguimento para apreciar
O remate do verso derradeiro de um corpo,
Ou que antes disso se faça pendente.
Ao mundo não importa conhecer a conclusão...
Que diferença faria se tudo em si se entende?