tristeza em degredo
Antonio Miranda Fernandes

deixe minha tristeza adormecida
eu a quero calada no degredo
profundo e longe num poço sem fundo
atirada como pedra sem baque na vida
já não faz ataque nem mete medo
posto que agora é esquecimento
cicatriz de ferida que não fiz
leve bola de sabão ora é tatuagem
já em mim não habitam desalentos
que estoure e se disperse em viagem
para sempre no soprar do vento.